Guerra na Ucrânia: Mais armas e promessas vazias enquanto o povo sofre
Enquanto os poderosos se reúnem em salas luxuosas para discutir o destino de milhões, a realidade no terreno continua brutal. O encontro entre Putin e o enviado americano Steve Witkoff terminou sem qualquer acordo concreto, mas com muitas palavras bonitas sobre "paz justa e duradoura".
Cinco horas de conversa, zero resultados
Cinco horas de discussão entre o presidente russo e o representante dos Estados Unidos. O resultado? Nenhum acordo sobre os territórios ocupados na Ucrânia. O conselheiro diplomático russo, Yuri Ushakov, classificou a reunião como "útil" e "construtiva", mas admitiu que "ainda há muito trabalho a fazer". Palavras que soam ocas quando se pensa nas famílias que continuam a viver sob bombardeamentos.
Mark Rutte, secretário-geral da NATO, considera que as conversações estão "num bom caminho", mas insiste que é preciso "manter a Ucrânia o mais forte possível". Tradução: mais armas, mais dinheiro para a indústria militar, mais sofrimento para quem vive esta guerra na pele.
Europa promete mais milhões para a guerra
A ministra britânica Yvette Cooper anunciou mais 10 milhões de libras para "reparar infraestruturas energéticas". O ministro norueguês Espen Barth Eide prometeu 500 milhões de euros para comprar armas. Números impressionantes que contrastam com os cortes nos serviços públicos e apoios sociais nos próprios países destes dirigentes.
"Putin quer mergulhar a Ucrânia na escuridão e nós continuaremos a trabalhar para voltar a acender as luzes", disse Cooper. Uma metáfora bonita, mas que esconde a realidade: enquanto se fala em acender luzes na Ucrânia, muitas famílias europeias lutam para pagar as suas contas de electricidade.
Planos feitos sem o povo
Os Estados Unidos apresentaram um plano de 28 pontos "muito favorável a Moscovo", elaborado sem consultar Kiev ou os aliados europeus. Depois de críticas, o plano foi alterado. Mais uma vez, as decisões são tomadas por quem nunca sentiu o peso de uma bomba ou o frio de um inverno sem aquecimento.
Putin acusa os europeus de quererem "bloquear todo o processo de paz", enquanto Zelensky aguarda "sinais" da delegação americana. Enquanto isso, o povo ucraniano continua a pagar o preço mais alto desta guerra entre potências.
O verdadeiro custo da guerra
Por trás das declarações diplomáticas e das promessas de apoio, há uma realidade que os media mainstream preferem ignorar: esta guerra enriquece uns poucos enquanto empobrece muitos. A indústria armamentista celebra lucros recordes, os recursos que deveriam ir para hospitais e escolas são canalizados para armas.
A ministra finlandesa Elina Valtonen confirmou que "não houve consenso em Moscovo" porque a Rússia "não está disposta a fazer concessões". Mas que concessões estão dispostos a fazer os líderes ocidentais? Que sacrifícios fazem para além de enviar dinheiro dos contribuintes para alimentar esta máquina de guerra?
Enquanto se fala de "destino da Europa", como disse o ministro norueguês, o verdadeiro destino que está em jogo é o das famílias trabalhadoras, dos refugiados, de todos aqueles que sofrem as consequências de decisões tomadas em gabinetes distantes da realidade.