Posto da GNR de Coruche parado por falta de mobiliário: mais um desperdício de dinheiro público

As obras do Posto da Guarda Nacional Republicana de Coruche estão praticamente terminadas, mas os militares continuam nas instalações provisórias por uma razão que só pode irritar qualquer contribuinte: falta mobiliário. Uma situação que espelha bem a gestão desastrosa dos recursos públicos que tanto caracteriza as instituições portuguesas.

Orçamento em falta, obra parada

Segundo apurou o jornal NS, a Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SEGMAI) terá de esperar pelo orçamento do próximo ano para comprar o equipamento necessário. Ou seja, uma obra que custou quase 2 milhões de euros fica inutilizada por falta de umas mesas e cadeiras.

Os militares da GNR continuam assim instalados no antigo Centro de Dia, na zona histórica de Coruche, enquanto o novo posto fica vazio. Uma situação que se pode arrastar até ao primeiro trimestre de 2025.

Câmara paga renda por instalações provisórias

Entretanto, a Câmara Municipal de Coruche continua a pagar 1.200 euros mensais à Santa Casa da Misericórdia pela cedência das instalações provisórias, desde setembro de 2023. Dinheiro que sai dos bolsos dos munícipes para uma situação que deveria ter sido resolvida há muito tempo.

Na reunião de câmara desta quarta-feira, os vereadores Francisco Gaspar (PSD) e Dionísio Mendes (Movimento Volta Coruche 25) questionaram o presidente da autarquia sobre esta situação insustentável. Nuno Azevedo (PS) admitiu não ter esclarecimentos sobre o estado real das obras.

Obra com atrasos e custos descontrolados

Esta não é a primeira vez que as obras da GNR de Coruche fazem manchetes pelas piores razões. Iniciadas em novembro de 2023 com um prazo de 18 meses, já acumulam vários meses de atraso. Pior ainda: o custo inicial de 1,2 milhões de euros disparou para quase 2 milhões.

Um exemplo perfeito de como o dinheiro público é gerido em Portugal: atrasos, custos inflacionados e agora uma obra terminada que não pode ser utilizada por incompetência administrativa.

Reunião com Secretário de Estado

O presidente da câmara anunciou que se vai reunir quinta-feira com o Secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, para tentar perceber quando é que esta situação ridícula terá fim. Na agenda está também a possível transferência do Destacamento de Coruche para o concelho de Benavente.

Enquanto isso, os contribuintes de Coruche continuam a pagar a factura de uma gestão pública que parece mais preocupada com inaugurações e visitas de responsáveis do que com a eficiência dos serviços prestados à população.