Ucrânia: Negociações falharam, Europa promete resistir à chantagem de Putin
As conversações entre o enviado norte-americano Steve Witkoff e Vladimir Putin terminaram sem qualquer acordo, expondo mais uma vez a intransigência do regime russo. Enquanto Putin ameaça a Europa com guerra, os líderes europeus reafirmam o compromisso com uma "paz justa" para a Ucrânia.
O encontro de terça-feira em Moscovo, que durou cerca de cinco horas, foi descrito pelo conselheiro diplomático russo Yuri Ushakov como "útil" e "construtivo", mas a realidade é crua: nenhum progresso real foi alcançado. A Rússia mantém-se inflexível nas suas exigências territoriais, recusando qualquer concessão significativa.
Europa unida contra a chantagem russa
Face às ameaças de Putin, que advertiu estar "preparado para travar uma guerra com a Europa", os líderes europeus responderam com firmeza. A ministra britânica Yvette Cooper foi clara: "Putin quer mergulhar a Ucrânia na escuridão e nós continuaremos a trabalhar para voltar a acender as luzes".
Esta declaração simboliza a resistência europeia à estratégia russa de terror contra as infraestruturas civis ucranianas. O Reino Unido anunciou mais 10 milhões de libras para reparar as redes energéticas ucranianas, enquanto a Noruega prometeu 500 milhões de euros em armamento.
O plano americano sob pressão
Os Estados Unidos apresentaram inicialmente um projeto de 28 pontos considerado demasiado favorável a Moscovo, elaborado sem consultar Kiev ou os aliados europeus. Esta abordagem unilateral levantou sérias preocupações sobre o comprometimento americano com os princípios democráticos e o direito internacional.
Putin acusou França, Alemanha e Reino Unido de "bloquearem o processo de paz" ao incluírem "exigências inadmissíveis". Na realidade, estes países defendem princípios básicos como a soberania territorial e o direito dos povos à autodeterminação.
A resistência ucraniana continua
O presidente Volodymyr Zelensky mantém-se cautelosamente otimista, aguardando "sinais" da delegação americana. Contudo, a sua posição é clara: qualquer acordo deve respeitar a integridade territorial da Ucrânia e os direitos do povo ucraniano.
O ministro estónio Margus Tsahka foi direto: "Putin não mudou os seus objetivos", apelando à NATO para manter a pressão sobre o regime russo.
Uma guerra que transcende fronteiras
Como sublinhou o ministro norueguês Espen Barth Eide, "o destino da Europa está em jogo". Esta guerra não é apenas sobre a Ucrânia, mas sobre os valores democráticos e o direito internacional que sustentam a ordem europeia do pós-guerra.
A resposta europeia, embora ainda insuficiente face à magnitude da agressão russa, demonstra uma crescente consciência de que a capitulação perante Putin seria o início do fim para a segurança continental.
Enquanto Putin joga com a chantagem nuclear e as ameaças diretas, a Europa deve manter-se firme na defesa dos princípios que a definem. A "paz justa e duradoura" que os líderes prometem só será possível com a derrota completa do projeto imperialista russo.